sábado, 8 de novembro de 2008

UM MÊS ANTES DA HILARIANTE OPERAÇÃO VASSOURINHA

(Por: Dr. Otávio de Queiroga)

O Delegado de Polícia Federal, Dr. João Carlos de Albuquerque Valença, era uma das autoridades mais atuantes em nosso país, com um futuro promissor, querido por todos, respeitado pela sociedade, mas pecava pela honestidade e sinceridade, coisa muita rara hoje em dia, exatamente por contrapor a interesses obscuros, teve sua prisão decretada 30 dias depois de conceder uma entrevista na Revista Época, na "HILARIANTE" OPERAÇÃO VASSOURINHA, operação que deu início ao 'TEATRO DAS OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL", só que essa não faz parte das estatísticas daquele órgão.
Vejam a matéria

BRASIL

01/08/2002 - 13:08 Edição nº 219
Sexo, drogas e papéis

Para patrulhar a Amazônia, onde "há de tudo", o Sivam entra em operação sob novas suspeitas

O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), um conjunto de radares, satélites e aviões para monitorar a Região Amazônica, já deu muito trabalho ao governo FHC. Em 1995, suspeitas de tráfico de influência foram levantadas por grampos feitos pela Polícia Federal em conversas entre o chefe do cerimonial da Presidência, embaixador Júlio César dos Santos, e o empresário José Afonso Assumpção, representante da Raytheon, a empresa americana que ganhou a concorrência para implantar o projeto. Na semana passada, o Sivam finalmente entrou em operação com a inauguração do centro de vigilância de Manaus. Mas em meio a outra bateria de suspeitas.
Papéis do governo americano obtidos pelo jornalista Marcio Aith revelaram que o serviço de inteligência dos Estados Unidos pode ter contado com a ajuda de um militar brasileiro para garantir a vitória da Raytheon na disputa com a francesa Thomson pelo negócio de US$ 1,4 bilhão. Em junho de 1994, os americanos souberam que as condições de financiamento oferecidas pela Thomson eram melhores que as da Raytheon. Um grupo de diplomatas foi mobilizado então para atuar junto aos responsáveis pelo processo de seleção, feita no governo Itamar Franco. Segundo os documentos, o brigadeiro Marcos Antônio Oliveira, coordenador da licitação, ajudou o governo americano a conseguir uma carta do governo brasileiro para melhorar as condições de financiamento do Eximbank, o banco oficial dos EUA de incentivo às exportações. Hoje chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Oliveira diz que de fato encaminhou ofício ao banco, mas apenas para informar que não se tratava de projeto com fins militares — caso contrário o financiamento não sairia.
Com o Sivam, o combate a crimes como tráfico de drogas, contrabando, biopirataria e devastação do meio ambiente na Amazônia vai melhorar. Mas, apesar da sofisticação do sistema, a PF reclama da falta de pessoal na região. 'Aqui tem de tudo: sexo, drogas e rock and roll', queixou-se João Carlos de Albuquerque Valença, superintendente da PF em Manaus.
FONTE: REVISTA ÉPOCA

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