quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E AGORA MINISTRO TARSO GENRO, SÓ FALTAM VAZAR OS DOSSIÊS PRODUZIDOS PELOS ESPIÕES DA "ABIN"

» INVESTIGAÇÃO
Genro diz haver problema com a SatiagrahaPublicado em 12.11.2008

BRASÍLIA – O ministro Tarso Genro (Justiça) condenou ontem o que chamou de “espetacularização” da prisão de pessoas pela Operação Satiagraha e afirmou que isso causou um “problema técnico” para o inquérito, o que prejudicou o andamento das investigações. “Essa investigação sobre quem vazou aquela Operação Satiagraha, porque vazou, expôs aquelas pessoas publicamente sem nenhum tipo de necessidade, o que causou inclusive um problema técnico para o inquérito. Eu sou contra qualquer tipo de espetacularização das investigações, sou contra a exposição pública das pessoas, porque as pessoas ainda não foram julgadas, e esta orientação da PF está funcionando de maneira eficaz. Houve uma exceção, a exceção da Satiagraha”, afirmou ontem Genro.
A Satiagraha prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. As prisões foram registradas pela Rede Globo e um inquérito investiga o vazamento das informações.
Sobre o material apreendido pela PF para apurar vazamentos de informações da operação, ele afirmou que todos os documentos só serão abertos na presença de representantes da Abin. A afirmação de Tarso foi dada depois de o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Félix, manifestar formalmente preocupação com as apreensões feitas pela PF. Entre os documentos há informações estratégicas usadas em relatórios confidenciais destinados à Presidência. “Eu recebi pedido do ministro Félix, ele tem toda a razão dizendo que podem estar nas mãos da PF documentos que não são relacionados com o inquérito”, disse Tarso.
A inutilização de espiões provocada pela revelação de suas identidades em CPIs do Congresso ou nos vazamentos de investigações da PF acendeu o sinal vermelho na Abin. O órgão está fazendo o mapeamento dos danos causados em seus quadros para sensibilizar o governo a aprovar, em regime de urgência, uma lei que proteja o sigilo da identidade dos agentes, inclusive com penas para quem revelar seus nomes.
Só em três grandes investigações recentes – Satiagraha, Cartões Corporativos e escândalo dos Correios –, pelo menos 20 oficiais e agentes de inteligência, alguns deles com larga experiência de infiltração, tiveram as carreiras prejudicadas com a divulgação de suas identidades.
FONTE: JONAL DO COMMERCIO

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