segunda-feira, 6 de agosto de 2012

MENSALÃO - Ministros apontam fragilidades em acusações da Procuradoria Geral da República

Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal reservadamente apontam fragilidades na acusação apresentada pelo Ministério Público Federal na Ação Penal 470, o chamado processo do mensalão, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Entre as falhas, dizem eles, está a denúncia contra José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e chamado de “chefe da quadrilha”. A ele deveria ter sido imputado o crime de lavagem de dinheiro, afirmam.
Outro “vacilo” apontado por autoridades que acompanham o julgamento foi não ter acusado José Genoíno, ex-presidente do PT, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro, de lavagem de dinheiro. Eles são acusados de assinar empréstimos do Banco Rural que o MPF afirma serem de fachada. "Os que tinham o domínio financeiro do esquema ficaram de fora da lavagem de dinheiro. Formação de quadrilha, apesar de apelo midiático, não leva a nada", disse outra autoridade que acompanha de perto o processo.
O crime antecedente à lavagem - requisito obrigatório para caracterizar o crime - foi o desvio de dinheiro público, segundo autoridades que participaram das investigações sobre o esquema. "A lavanderia foi pensada por eles. O PT se viu na necessidade de criar um sistema financeiro. Dirceu precisava de uma estrutura de lavagem de dinheiro. Delúbio tinha domínio, Dirceu tinha domínio, Genoino tinha domínio, eles não tinham que responder por lavagem de dinheiro?", questiona um técnico que assessorou do início ao fim a CPI dos Correios.
Esse mesmo técnico defende que o empresário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão, deveria ter sido preso ainda no auge das investigações. Fazer isso, disse, teria sido o “tiro no coração” do esquema.

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