sábado, 1 de outubro de 2011

OCTAVIO DE QUEIROGA - O ETERNO BALUARTE DOS CORRETORES DE IMÓVEIS

POR: JOSÉ OTÁVIO DE QUEIROGA VANDERLEY

A trajetória de vida de OCTAVIO DE QUEIROGA VANDERLEY FILHO se confunde com a história de lutas e de sucesso dos corretores de imóveis do Brasil. É alguém que aos 83 anos de idade nunca deixou de se preocupar com a categoria, mesmo se convalecendo de uma doença incurável, atendendo um pedido de um grande amigo, JOÃO TEODORO, comprometeu-se em editar e escrever um livro sobre a história da profissão "CORRETOR DE IMÓVEIS", que deverá ser reproduzido pelo COFECI.

OCTAVIO DE QUEIROGA, é fundador do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis - COFECI, onde foi um dos que assinaram a primeira ata da categoria. Também é o corretor de imóveis nº 1, no Estado. Foi presidente do CRECI -7ª Região - Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, da 7ª Região/Pernambuco, entidade que já presidiu antes, entre 1970 e 1974, depois de 2000 a 2009.

OCTAVIO DE QUEIROGA participou diretamente da mobilização e das batalhas pela regulamentação da profissão de corretor de imóveis. presenciou o momento em que o então senador Áureo de Moura Andrade, presidente do Senado Federal, assinou, em sua casa, no interior de São Paulo, o documento que promulgava a Lei 4.116/62, primeiro texto legal que regulamentou a profissão, e foi um dos fundadores dos CRECIs -Conselhos Regionais e do COFECI – o Conselho Federal de Corretores de Imóveis.

Nascido de família tradicional em Palmares, no interior de Pernambuco, começou a trabalhar cedo. Aos 12 anos já era empregado na Usina Catende S/A, unidade fabril que tivera como sócios seu avô e um tio-avô.

O pai também era funcionário da indústria, mas como na cidade não havia sequer ginásio (hoje as quatro últimas séries do ensino fundamental), o menino QUEIROGA sonhava experimentar os ares do Recife e as salas de aula de uma universidade.

A concretização desse desejo só foi possível aos 16 anos, depois de muita resistência da família e dos donos da usina. Arranjou um novo emprego por meio de anúncio de jornal, e partiu para o Recife, à época, a Veneza brasileira.Acalentava a esperança de ingressar na carreira dos contabilistas.

Estudou muito, conforme disse, mas se deu conta de que aquele não era o seu lugar, porque havia descoberto que tinha vocação para a vanguarda, para a comunicação” . Para deixar o emprego estável, teve que receber a ordem (homologação) de um juiz de Direito, conforme determinava a legislação em vigor à época.

Aos 21 anos, o jovem QUEIROGA resolveu ser representante comercial. montou uma empresa chamada Queiroga Representações Ltda. Teve sorte e tornou-se um grande profissional nessa área. Foi representante de uma empresa de bacalhau da Dinamarca e ganhou um bom dinheiro.

Também representou a empresa Jeribe Bebidas Ltda – uma multinacional francesa. Porém, ainda não era aquilo que ele queria”.

Começava dessa insatisfação interior a caminhada gloriosa de um dos homens que transformaram o mundo dos corretores de imóveis no país.

Como ele tinha dinheiro e prestígio, era procurado pelos intermediários de pessoas que queriam vender imóveis – época que nem havia o título de corretor - Comprava, melhorava os imóveis e vendia. Na verdade, tornou-se um especulador imobiliário, aquele que compra, dá uma melhorada no imóvel, depois vende.

Esse novo nicho fazia a festa dos que lhe levavam negócios, que também ganhavam duas vezes as comissões : primeiro, quando QUEIROGA comprava o imóvel e, depois, quando o mesmo bem melhorado era vendido para uma terceira pessoa. Assim, de tanto comprar e vender, de tanto estar ligado a esse mercado, acabou
se tornando um corretor de imóveis de fato.

Estava, então, nos idos de 1952. Prestes a completar os 25 anos de idade, OCTAVIO DE QUEIROGA colocara na mente que iria fazer dessa sua nova atividade realmente uma profissão.

Apesar dos novos negócios, OCTÁVIO DE QUEIROGA continuava um representante comercial de muito brilho. Até já fora premiado por suas vendas com uma viagem de 60 dias pela Europa. Mas, a idéia de fazer da atividade de corretor imobiliário uma profissão não lhe saía da cabeça.

Em 1955, lembra ele, aconteceu no Rio de Janeiro o 29º Congresso EucarísticoInternacional. Viajou para participar do evento religioso e pesquisar o que movia naquele momento a economia da cidade. Descobriu que a incorporação imobiliária era uma verdadeira febre. Conheceu pessoas ligadas a essa participação imobiliária e soube que em São Paulo a atividade tinha uma enorme dimensão.

Passo seguinte, OCTAVIO DE QUEIROGA foi a um evento dos corretores, realizado em 1957, em São Paulo, onde foi escolhida a figura do deputado Ulisses Guimarães para ser então o apresentador de um projeto de lei que reconhecesse a categoria profissional de corretores de imóveis. O projeto de lei foi apresentado, mas acabou arquivado por pressões de duas outras categorias – os advogados e os engenheiros.

Ao invés de arrefecer os ânimos, o grupo de corretores renovava suas forças e buscava novos apoios. Por imposição do regimento parlamentar, o projeto reapresentado na Câmara Federal teve que ser incorporado ao anterior (arquivado) do deputado Ulisses Guimarães que voltou então à cena dos embates pela regularização profissional. Nova resistência. Advogados e engenheiros conseguem convencer o então presidente da República, João Goulart, a vetar o projeto.

Em 1962, OCTAVIO DE QUEIROGA passa a ter papel decisivo nos embates pela regulamentação. Era o líder do Congresso Nacional, por designação do presidente Jango, o senador Antônio de Barros Carvalho, como QUEIROGA, também nascido em Palmares.

O senador tinha outros compromissos urgentes, mas confidenciou que fora incumbido por Jango, o presidente, a preparar as contra-razões para justificar o veto a uma lei, para regulamentar a profissão de corretor de imóveis.

OCTAVIO DE QUEIROGA conseguiu que o senador convencesse o presidente a não vetar o projeto. E o senador Barros de Carvalho, deu a QUEIROGA 120 dias para ele ir a todos os estados conclamar os companheiros de profissão a convencerem o Congresso Nacional a promulgar a lei.

E OCTAVIO DE QUEIROGA, à época com 34 anos, tornou-se uma espécie de caixeiro-viajante. Percorreu o Brasil praticamente de ponta a ponta. Pregando a participação efetiva dos companheiros para que mostrassem aos deputados de seus estados a importância da regulamentação da profissão.

Finalmente, em 27 de agosto de 1962, a Lei 4.116 era promulgada. O senador Áureo de Moura Andrade e o deputado Ulisses Guimarães empenharam-se para que a promulgação fosse publicada no Diário Oficial da União.. Foi uma festa para a classe em todo o país, e  um dos maiores lutadores para obtenção dessa vitória é o pernambucano OCTAVIO DE QUEIROGA VANDERLEY FILHO.

A Lei 4.116, no entanto, acabou sendo declarada inconstitucional por falta de um curso curricular. Uma nova lei começou a ser montada, em 1977, desta feita sob o comando do então presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis.

Segundo a fala do próprio OCTAVIO DE QUEIROGA, “O momento em que finalmente foi alcançado o objetivo é inesquecível para quem dele participou. No segundo expediente do último dia do IX Congresso (11 de maio de 1978), o próprio ministro do Trabalho, Arnaldo da Costa Pietro, adentrou ao plenário trazendo um envelope que continha a Lei Nº 6.530 que exigia a escolaridade para o corretor de imóveis, através do curso Técnico em Transações Imobiliárias (TTI), já sancionada pelo presidente da República, Ernesto Geisel.”

No mesmo ano, o presidente baixou o decreto Nº 81.871/78 com a finalidade de regulamentar a lei e disciplinar o funcionamento dos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis nas suas respectivas regiões. Em decorrência em1992, então presidente do Sindicato dos Corretores de Pernambuco -SINDIMOVEIS/PE, OCTAVIO DE QUEIROGA instalou o curso de TTI que naquela época, conseguiu formar mais de 2 mil novos corretores no Estado dinamizando a profissão no mercado de Pernambuco.

Voltando a 1961, QUEIROGA participou ativamente da criação do Sindicato, do Corretores de Imóveis em Pernambuco onde já existia a associação. Vieram daí os Conselhos Regionais dos Corretores de Imóveis (Crecis) e a criação do Conselho Federal (Cofeci). Pernambuco foi representado por Octaviio de Queiroga, Miguel Santana de Almeida e José Cordeiro de Souza. Foram 21 os fundadores do órgão nacional, sendo três de cada região. OCTAVIO DE QUEIROGA foi eleito 1º Secretário. O Creci de Pernambuco - Pernambuco ficou como a sétima região, dentro do contexto nacional, e envolvia também Sergipe, Alagoas, Pernambuco.

OCTAVIO DE QUEIROGA, foi um dos fundadores da Associação de Corretores de Imóveis de Pernambuco, que por força de lei transformou-se no atual SNDIMOVEIS; foi presidente da FENACI -Federação Nacional dos Corretores de Imóveis, foi presidente do CRECI de Pernambuco entre 1970 e 1974; foi presidente do SINDIMOVEIS de 1992 a 2000 – três mandatos . Está presidente do CRECI, de novo, desde julho de 2000 até 31 de dezembro de 2009.

Hoje, no Brasil inteiro, em todos os Estados, OCTAVIO DE QUEIROGA VANDERLEY FILHO é homenageado pelos órgãos de classe do mercado imobiliário, menos em seu estado natal, Pernambuco, onde não sabemos o PORQUÊ?, ou até sabemos, mas vamos nos abster sobre esse assunto.

Já recebeu dezenas de títulos, comendas, honrarias e diplomas que registram, reconhecem e enaltecem o trabalho que realizou pela sua classe nacionalmente.

Por tudo isso se percebe que a vida de OCTAVIO DE QUEIROGA sempre se revestiu de notório espírito público, prestando relevantes serviços ao Estado de Pernambuco no tocante ao desenvolvimento econômico, principalmente do mercado imobiliário, tendo sido um verdadeiro baluarte da profissão de corretor de  imóveis, sempre engajado nos destinos da sociedade Pernambucana, bem como, de todo Brasil, haja vista, que são os corretores de imóveis có-responsáveis pelo desenvolvimento e expansão das áreas urbanas, mudando o perfil das cidades.

Por último, OCTAVIO DE QUEIROGA, queremos agradecer a sua existência, sinto-me honrado em ser seu filho, e tenho a certeza que todos que lhe conheceram, apesar do seu temperamento forte, também tiveram o mesmo prazer, ou simplesmente, melhoraram seus conhecimentos.

Grande saudação e admiração eterna do seus filhos: ANA RUTH, JOÃO AUGUSTO, VICENTE OTÁVIO E JOSÉ OTÁVIO.

OCTAVIO DE QUEIROGA! você será imortal para os verdadeiros CORRETORES DE IMÓVEIS.

5 comentários:

Alexandre Barbosa Maciel disse...

Tenho a enorme satisfação de ser amigo de Queiroga e ter sido seu delegado em Caruaru entre os anos de 2004 e 2009. As conversas com Queiroga nos faz perceber o amor que ele tem pela profissão que ele ajudou a construir. Conheci Queiroga o pai, o presidente do CRECI, o amigo e não sei dizer em qual papel ele se sai melhor. Os almoços na "Perua", sempre acompanhados pela sua farofinha de ovo, me traz saudosa memória. Salve Octávio de Queiroga Vanderley Filho, este patrimônio de todos os corretores de imóveis do Brasil, de Pernambuco, da serra dos ventos.

Eduardo Jorge Dias disse...

a Queiroga e a seus filhos;sem duvida nenhuma,queiroga foi e sempre será nosso baluarte,nosso gra-mestre.eu como seu neto na corretagem(pois ele diz,que paulo miranda e seu filho(cria)eu seria seu neto)não esqueço dos bons momentos e aprendizados juntos,como seu conselheiro,diretor secretário e por ultimo em dois mandatos como seu vice-presitente.liçaõ de conduta,etica e austeridade.até ditados como:antes da hora é hora,depois da hora não é mais hora.a todos um grande abraço em especial ao velho e querido amigo Queroga.com carinho e amor de filho neto,Eduardo Jorge Dias.

Silvia Celani disse...

Tenho acompanhado toda a luta do Queiroga em prol da categoria dos Corretores de Imóveis e tenho o prazer de trabalhar com ele na produção do livro sobre a história da profissão. Com certeza, sua dedicação e trabalho em prol dos Corretores ficarão marcados na história.

Silvia Celani, jornalista

Ton Melo disse...

👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻🙏Ele se eternizou em nossas vidas...que Deus os confortem sempre, que todos filhos e netos... Familiares saibam e valorizem o seu grande legado. Sem nenhum retoque, realmente um grande Homem e fonte de muita inspiracao.👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻👋🏻👍🏼

Anônimo disse...

Queiroga um eterno baluarte tive um enorme prazer em trabalhar com ele.