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Ex-ministro Nelson Jobim é citado em investigação na Itália »
O ex-ministro da Defesa e
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim teve seu nome
envolvido em uma investigação que está sendo realizada pela promotoria
de Nápoles, na Itália. Um depoimento o apontou como uma das pessoas que
supostamente receberiam uma “comissão” com a venda de embarcações
italianas para o Brasil na efetivação do contrato.
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o
ex-ministro negou envolvimento com o caso: “Primeiro de tudo, nunca,
nunca falamos sobre o assunto que está sendo chamado na Itália de
‘comissões’. E por uma razão muito simples. O projeto ProSuper, que
previa a compra pela Marinha brasileira de uma fragata com a
transferência de tecnologia, bem como navios de logística e transporte
de combustível, foi interrompido”, disse. Segundo ele, foram vários os
motivos para a suspensão, sendo o principal questões orçamentárias.
As investigações apontariam indícios de corrupção em
transações internacionais da empresa Finmeccanica, que é controlada em
30% pelo estado italiano. Uma das negociações envolveria uma venda de 5
bilhões de euros para o Brasil, sobre a qual incidiria uma comissão de
11% que seria destinada ao ex-ministro italiano de Desenvolvimento
Claudio Scajola, a Massimo Nicolucci (porta-voz do ministro), e a
Jobim.
O depoimento que cita o ex-ministro da Defesa foi
dado por Lorenzo Borgogni, ex-chefe de Relações Institucionais da
Finmeccanica aos procuradores Vincenzo Piscitelli e Henry John
Woodcock, em novembro do ano passado. Trechos do depoimento foram
publicados esta semana pela imprensa italiana. Neles, Borgogni afirma
que o canal entre Itália e Brasil era o ex-ministro italiano de
Desenvolvimento Claudio Scajola que, mesmo não sendo o titular da pasta
de Indústria, tinha boa relação com Jobim.
“Se eu tivesse recebido algo em torno de 225 milhões
de euros, eu ainda ia passar meus dias entre papéis e tribunais?”,
disse Jobim ao La Stampa. Jobim deixou o Ministério da Defesa em agosto de 2011 e voltou a trabalhar em seu escritório de advocacia em Brasília.
Fonte: Veja
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