sábado, 9 de junho de 2012

MARCIO THOMAZ BASTOS - diz que mídia faz publicidade opressiva sobre o STF

A imprensa vigia e fiscaliza o poder e as instituições, mas foge do seu papel quando passa a fazer publicidade opressiva — o tipo de pressão irresistível que força a Justiça a decidir não em conformidade com as leis, mas com os desígnios da mídia.
O raciocínio é apresentado pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no programa Ponto a Ponto, da emissora de TV por assinatura BandNews, que vai ao ar às 24h deste sábado (8/6), com reprise às 20h30 de domingo. A entrevista com o ministro foi feita pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e pelo cientista social Antonio Lavareda, autor do livro "Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais" e coordenador da obra "Como o eleitor escolhe seu prefeito: campanha e voto nas eleições municipais".
Um dos mais respeitados advogados do país, Thomaz Bastos defende um dos réus do chamado “caso do mensalão”: o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado e, mesmo com sua vasta experiência, diz que poucas vezes viu um fenômeno nessas proporções de pressão sobre o Judiciário.
Este será também um caso inédito em outro aspecto. É a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal dispõe-se a promover julgamento com efeitos diretos sobre disputa eleitoral — o que a Corte sempre evitou, sem esconder o fundamento.
Os advogados, que defendem os réus do mensalão, se pronunciaram sobre a dinâmica de julgamento assim que foi anunciado a data para o início dos trabalhos em agosto. Os criminalistas têm comunicado à imprensa, desde então, a preocupação com a ordem das sustentações e o tempo dedicado a elas, considerado exaustivo e contraproducente na visão da maioria deles. "Uma coisa é ouvir debates em um júri. Outra é ouvir sustentações orais, uma atrás da outra. Quando chega a vez do quarto ou quinto advogado, ninguém mais presta muita atenção", disse o criminalista Márcio Thomaz Bastos à Folha de S. Paulo.

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