domingo, 29 de abril de 2012

STF determina que PF e Procuradoria investiguem vazamento de inquérito



O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, determinou na noite desta sexta-feira (28) que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República investiguem o vazamento de trechos do inquérito que tramita na corte sob segredo de justiça para apurar o envolvimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. 
Nesta sexta, dia em que o documento foi liberado para comissões do Congresso Nacional pelo relator, ministro Ricardo Lewandowsky, o site de notícias Brasil 247 publicou na íntegra volumes do inquérito e o pedido de abertura de investigação feito pelo procurador-geral, Roberto Gurgel, ao Supremo.
Um oficial de justiça chegou a levar o inquérito ao Senado, para entregar ao presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar o elo de políticos com Cachoeira. No entanto, o documento não foi entregue porque o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), não se encontrava no gabinete.
De acordo com a assessoria do STF, Ayres Britto conversou com Lewandowsky na noite de sexta sobre o vazamento e decidiu enviar uma comunicação formal ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, e ao procurador-geral, Roberto Gurgel, informando sobre o caso e pedindo a abertura de investigação para identificar os responsáveis pelo vazamento, que podem ser punidos civil e criminalmente.
O próprio Supremo realizou uma investigação preliminar, mas não identificou suspeitos. Até o momento, apenas os advogados das partes investigadas pela Polícia Federal tiveram liberado o acesso ao inquérito.
O bicheiro foi preso pela PF na Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro para combater um esquema de exploração de jogo ilegal.
No material que compõe o inquérito, estão conversas telefônicas que revelam que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pode ter recebido até R$ 3,1 milhões do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A defesa do senador disse que a informação é “fantasiosa”.
No pedido de abertura do inquérito, Gurgel diz que "em diálogo no dia 22 de março de 2011, às 11:18:00, entre Carlos Cachoeira e Cláudio Abreu [ex-diretor da Delta] não degravado pela autoridade policial, é expressamente referido que o valor de um milhão foi depositado na conta do Senador Demóstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00 (três milhões e cem mil reais)."

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