quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ONDE ESTÃO AS ESCUTAS TELEFÔNICAS DA "OPERAÇÃO VASSOURINHA"? O QUE A DIRETORIA DE INTELIGÊNCIA DA POLICIA FEDERAL E O MPF FIZERAM COM ELAS?

Por Dr. Otávio de Queiroga

Nesse mês de outubro de 2008, completaram-se cinco anos da denûncia que fizemos contra a omissão de membros do Ministério Público Federal de Pernambuco e alguns Policiais Federais lotados na Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, em assassinatos perpetrados por um grupo de extermínio na Região Metropolitana do Recife, sendo que grande parte desses assassinatos foram acompanhados "ON LINE", pelas referidas autoridades, sem que as mesmas tomassem sequer alguma providência, no sentido de evitar tais mortes, chegando ao ponto de acompanharem a premeditação e execução do assassinato do Advogado ANTÔNIO MOURA, estando o inquérito desse homicídio arquivado até a presente data.
Tenho a impressão, que o engavetamento desse inquérito é proposital, tendo em vista que a autoria está comprovada no Procedimento Criminal Diverso de Interceptação Telefônica que deu azo a trapalhada "OPERAÇÃO VASSOURINHA", única operação que não faz parte da estatística oficial do Departamento de Polícia Federal, e que segundo "fontes" serve apenas de doutrina policial de como não se fazer uma operação policial.
Acontece que até hoje, não se teve acesso a integralidade do Procedimento Criminal referido, estando "desaparecido" o primeiro ano das escutas telefônicas.
Escutas essas, que comprovariam a autoria de diversos homicídios perpetrados no ano de 2001, mas para isso, precisariam ser apresentadas, primeiro no bojo dos autos da famigerada "OPERAÇÃO VASSOURINHA", o que causará inclusive nulidade a todo processo criminal resultante da mesma.
Portanto, no sentido de preservarem essas autoridades na prática de crime por omissão, foram subtraidas as referidas escutas do "MUNDO REAL", restando à essas mesmas autoridades, o silêncio pelo silêncio.
REVEJA A MATÉRIA DA ISTO É:

BRASIL
15/10/2003
Violência


“Alô! Manda, tá na frente, na rua Treze, na rua do Edson”, diz Toinho.
“Em que lugar?”, pergunta Sandro.
“Sentado, na porta do rolo.” “Qual é a roupa?”“Blusão cinza e calça marrom. Mande, que eu vou tá bem pra esquina.”
Mais tarde, Sandro e outro homem, identificado como Teto, conferem seu êxito.
“Tás aonde?”, pergunta Teto.
“Eu tô aqui na Charneca.”“E aquela bronca?”
“Mas, então, mataram o menino aqui nesse instante, porra”.“Aonde?”“Aqui na rua. Rua Treze.”
“Quem é o cara?”
“É um tal de Valdeci Negão.”

Vítima mais conhecida do esquadrão da morte de Jaboatão, Antônio Moura era alvo de conversas do grupo desde o fim de março, quando já planejavam executar “um advogado”.
Em 28 de março de 2001, Eduardo escolhe Sandro, um homem de sua confiança, para o serviço. “Manda bronca nele o mais rápido possível”, determina Eduardo. Depois do crime, discutem até a rota de fuga.

Outra vítima do grupo, José Marques Freire, 29 anos, foi executado quando almoçava em um bar no bairro Imbiribeira, no Recife. A morte foi encomendada por um açougueiro. O mecânico Capitulino TadeuBorges Neto, 44 anos, também foi executado com vários tiros, no dia 11 de maio de 2001. Um dia depois do serviço, dois “seguranças”da firma, Sandro e Eduardo, conversam:
“Fala, delegado!”, cumprimenta Eduardo.“Fala, delegado”, responde Sandro.“Quem dançou foi Capitu, né?”“Foi, foi.”“Saiu daí mesmo?” “Foi, foi, foi. Seu João não disse que era pra fazer?” “Foi.” “Aí ontem passaram o barrote no homem.” Em outro trecho, dois matadores comentam a execução de outra pessoa.“Eu dei quatro. Tome, tome, tome, aí saí. Aí China chegou e a pistola dele engasgou.”“Engasgou, foi? Aquilo é uma arma de cabra safado.”“Aí arrastou o revólver das costa e deu mais seis tiros de revólver.”“Tá vendo, aquilo não é arma de garantia não, rapaz.”

Maria José, com a foto do filho morto, e a promotora Rosemary, que só trabalha de colete à prova de balae com segurança

O presidente da OAB de Pernambuco, Ademar Rigueira Neto, entregou há uma semana ao ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, denúncia em que acusa a PF de omissão. “Os policiais envolvidos na operação tinham conhecimento de atos preparatórios para a consumação de crimes de homicídio. Muitos crimes poderiam ter sido evitados”, afirmou Rigueira. A Operação Vassourinha levou à prisão de 16 pessoas, mas todas acabaram soltas. No final, a vassourada da PF rendeu apenas quatro inquéritos por porte ilegal de armas, falsidade ideológica e uso indevido de celulares funcionais. A descoberta de grupos de extermínio planejando e executando homicídios, no entanto, nunca veio a público, embora as conversas entre matadores fizessem parte do Procedimento Administrativo Criminal (PAC) 2001.83.00.001904-9, a cargo da PF e do Ministério Público Federal. “Nenhuma prisão foi requerida, nenhuma vida foi poupada”, resume o presidente da OAB-PE. Ele acredita que o grupo continua matando.
A PF e o MPF negam que tenham sido omissos e informam que, por serem crimes de responsabilidade das autoridades estaduais, pediram à Justiça Federal que informasse ao Ministério Público de Pernambuco que as mortes estavam sendo planejadas. Quase dois meses antes do assassinato de Antônio Moura, no dia 19 de abril de 2001, o juiz federal Antônio Bruno de Azevedo Moreira enviou o ofício 013 à então subprocuradora-geral de Justiça de Pernambuco, Helena Caúla Reis, pedindo providências para investigar “fortíssimos indícios” da atuação de um “poderoso e ativo grupo de extermínio”. O governo de Pernambuco alega que nunca recebeu cópia dos grampos. As gravações só foram reveladas agora e por acaso. Um agente da PF denunciado na Operação Vassourinha, José Otávio de Queiroga, conseguiu na Justiça acesso ao conteúdo do PAC sigiloso para preparar sua defesa. Surpreendeu-se com as ações detalhadas dos grupos de extermínio. “O fato é que pessoas morreram, armas entraram nas cidades e houve tráfico de entorpecentes. Havia gente que sabia e mesmo assim os crimes aconteceram. Queremos os responsáveis”, disse o deputado federal Luiz Couto (PT-PB), relator da recém-criada CPI dos Grupos de Extermínio, que vai investigar o assunto.
(FONTE: REVISTA ISTO É)

2 comentários:

Anônimo disse...

é mesmo uma vergonha nacional!!! mais uma vez pergunto, a morte de varios cidadãos é um meio justicficável para o fim que essa operação pretendia??

Na minha opinião??

Jamais!!

Unknown disse...

e tantos ja morreram,e ficaram por isto mesmo.hoje em dia eles matam como se estiverse fazendo qualquer coisa.e por nada.
é vergonhoso.
na minha opinião NUNCA.